.cinquenta e nove.

Data 02/12/2009 20:50:04 | Tópico: Textos



escrevo-te na primeira pessoa do singular.

como quem diz: amor e grita: depressa. dizer amor é transformar-me numa bela borboleta. gritar depressa é tornar-me larva faminta. dá-me vontade de repente de ser pássaro, pegar nas penas e migrar de encontro a ramos mais fortes. as árvores estão todas a morrer. eu cruzo os braços, ou as asas, sempre que grito depressa, já não tenho paciência para esta inquietação. já não tenho. e no entanto tenho daqui a melhor visão periférica do mundo, pelos teus olhos sei as estrelas, as flores, a primavera, o amor. é como se tivesses guardado todas as coisas simples na íris para mas entregares em dias como este.





Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=109451