Offertorium

Data 04/12/2009 12:02:20 | Tópico: Poemas



Domine Jesu Christe, Rex gloriae,
libera animas omnium fidelium defunctorum
de poenis inferni et de profundo lacu:
Libera eas de ore leonis,
Ne absorbeat eas tatarus, ne cadant in obscurum:
Sed signifer sanctus Michael repraesentet eas in lucem sanctam:
Quam olim Abrahae promisiti et semini ejus.



Ofereço portas abertas, pernas e braços estendidos,
posições fetais, cânticos esbeltos,
corpos dourados, Fénix e chamas, tochas e lareiras,
castelos imersos, afundados nas neblinas.
Saboreio-me, pasto-me nos malmequeres já em flor,
outonos breves, estilhaçados, libélulas mortas,
afundadas em pântanos, encimadas de jóias murchas.
Ofereço panos rendilhados, filigranas de Viana,
prata e ouro, platinas enraizadas, espelhos quebrados,
velhas ovelhas tresmalhadas, ágatas já gastas,
esmeraldas dogmatizadas, uma opala ferida, uma asa podre.
Ofereço feras em circos fechados, florestas luxuriosas.
Ofereço sangue, saliva, suor, secreção, sémen,
vida, sabor, transpiração, paternidade em mim.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=109685