«« O poeta aos meus olhos ( XVIII ) ««

Data 06/12/2009 20:20:40 | Tópico: Sonetos

( Penúria )
O Silva das Luminárias

Café Nicola teu berço, és apego
Velho amigo que vens de longa data
Nos improvisos que a moléstia arrebata
Achaste um meio de me dar aconchego

Josino Amável em tuas mãos entrego
O derradeiro que nasce em cascata
Que consegues trocar por ouro e prata
Dás-me alguma paz, algum sossego

Não foras tu de fome já morrera
Não fora Deus, descrente viveria
Mas a paz ombro a ombro me acolhera

Desfiz-me do velho valor errante
Vestígio louco que me antecedia
A mocidade repousa em dor bastante

Antónia Ruivo
A doença agrava-se, Bocage só não morre de fome porque Josino, mais conhecido pelo Silva das luminárias dono do café Nicola, onde Bocage passara grande parte da sua vida por entre poemas e copos manda editar o que o poeta ainda consegue escrever e vai vendendo as brochuras ao balcão do café.assim Bocage vai sobrevivendo com o fim cada vez mais perto.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=109998