Deus, também oferece Pastéis de Nata

Data 08/12/2009 00:20:35 | Tópico: Textos

Estávamos dentro de uma igreja, junto de uns amigos nossos a ler o jornal e
Nesse momentos no local escutei Deus, entre os meus circuitos, a dizer para parar. Que não deveria estar ali dentro a ler, era melhor aproveitar aquele tempo para meditar. Eu ali fiquei, a falar com ele, ele ali estava, a falar comigo.
Entre aquelas imagens maravilhosas, que me faziam sentir mais perto, da beleza marcada pela mão humana.
Por entre os flashes da minha máquina, oiço um senhor num tom agressivo.
- Não se pode fotografar aqui! - Está a ouvir? - Não viu a placa?
Voltei aos meus circuitos interiores normais e escutei de Deus… Não ligue! Eu sou mais simpático, tenho muito mais sentido de humor que muitos possam imaginar, não tem mal nenhum fotografar umas imagens bonitas. Além disso, ser bruto e arrogante é muito pior. A caminho de um fim-de-semana de chuva e frio, a norte, interiorizado, vivido com muita poesia de colossal amizade e recheado de calor humano, Agora já dentro do veículo…um volante…uma via…um regresso…ao pararmos para abastecer o veículo com gasóleo numa estação de serviço em hora tardia, avistamos uns amigos que nos tinham acompanhado toda a tarde.
O nosso carro abranda, faz marcha atrás e pára. Deus continuou sempre dentro de mim, até o sentir bem presente num simples pastel de nata, encostado ao balcão da cafetaria os olhos e a boca do meu amigo, comiam esse pastel com uma enorme satisfação, enquanto isso no mesmo local, derrapava sobre o asfalto um veículo que saltava para o
separador para a outra faixa, embatendo em outros carros, no meio das chapas amolgadas sobre o alcatrão havia sangue e corpos feridos, entre os veículos que embateram, havia uma alma que ele vinha buscar e, outras que iriam ficar com o corpo cheio de feridas, marcas e muitas mazelas. Todos os carros foram obrigados a parar, ficamos dentro do carro umas duas a três
horas, às escuras durante um jogo de futebol, eu continuei a falar com Deus, ele ali, estava como sempre presente, numa música num jogo de futebol e naquelas fotografias que me acompanhavam, conversas
e em todos os meus pensamentos.
Aí, Deus me disse: - estás a ver que até gosto de brincar! Durante o dia vocês passaram e olharam muitas montras de pastelarias e não
comeram nenhum dos bolos que namoraram, será que fui eu, logo hoje, que
resolvi ofertar esse café a beber e o belo do pastel de nata ao teu amigo para
seguirem seguros até casa?
No meio do nevoeiro, e da chuva intensa, lá seguia aquela alma com ele.
Não me disse se aquela alma tinha algo de bom ou de mau, ou se apenas estava marcada, nem para onde seguiam? Mas senti que ia bem acompanhada, agora estou a agradecer-lhe por me deixar estar aqui a contar a história a vocês.




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