Grito em mim, dentro, no interior, âmago oculto, ai cansaço, desconcertante, que me enlouquece, razia nos roubos que perpetuo, raízes crescidas, alagadas.
Ai paisagem, campos floridos, ameaças de chuvas densas, carrega-me, morto, na barcaça, para a ilha, deixa que me eleve, que erga as brumas, véus limites, deixa, que as águas mansas, me carreguem na escuridão.
Brumas, nevoeiros, insanidade, loucura na água prateada, espelhos marcados, vadios, becos sem tumultos, em gritos. Ai povo que és só meu, não te partilho, apedrejas-me, no adultério, no maldito pensamento.
Ai morto, calmo lago, reflexo que me amedronta, ai fragilidade no meu ventre, e, mãe, no teu, leva-me de volta, cresce-me em ti calado, não quero ser nascido, mãe, anseio ser embrião de novo, filho teu, protegido, recolhido no teu ventre, novamente.
