Tempo

Data 10/12/2009 21:29:40 | Tópico: Poemas



Tempo

Espero na paragem do autocarro,
as folhas continuam a cair,
o vento e a brisa molham a minha face,
queima-se o pensamento no meu orgulho.

Comentam-me as parcas,
as que tecem o destino,
segredam ao Deus do tempo,
a minha durabilidade terrena.

Crescem-me os oceanos, as águas nas têmporas,
são flores fugazes as dos casamentos,
uniões de sementes na terra fértil,
comunhão oculta, desperta na hóstia sacra.

Cala-se a dimensão da noite,
calam-se as luzes e a escuridão,
sou irónico e a minha saliva é inócua,
salgam-se as palavras nas orlas marítimas.



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