«« O poeta aos meus olhos ( XIX )
Data 11/12/2009 14:22:35 | Tópico: Sonetos
| (A chave)
Viver ou morrer
Não, não soube viver, trilhei caminhos de pó Desenraizado neste mundo doido e cruel Servi-me das palavras sem pudor ou dó Por vezes saíram doces, outras de sabor a fel
Escrevi sobre o que vivi, sobre o que mais amei Pedaços de mim que soltei nas asas do vento Deixei ao mundo retalhos que enfeitei De esperança e sonho num breve momento
Vivi em ânsia e desatino, tudo e nada Buraco negro que me devoraste, sim Aguas revoltas, espada de ponta afiada
Nau Catrineta onde naufraguei, ai de mim Naveguei esses mares em busca acidentada Regressei de bolsa vazia, ai morte vieste enfim.
Antónia Ruivo Na manhã de 21 de Dezembro de 1805 morre a meu ver o mais versátil e inovador poeta Português de todos os tempos, ainda desconhecido na sua essência pela maioria dos intelectuais Portugueses que pouco ou nada tem feito para repor a verdadeira grandeza da alma de um poeta que viveu muito à frente do seu tempo.
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