Ciladas

Data 12/12/2009 17:24:54 | Tópico: Poemas -> Introspecção

I

Encilho a montaria
e me preparo
para transpor
os limites do acaso.

O destino é certo
ou mutável?

Não importa
ao cavaleiro destreza sobra
e não há caminhos
sem percalços.

II

Já no alto da montanha
extenuado me sentei
mas o que vi não foi
o encanto
da paisagem que se descortinava
como fio inesgotável
de um belo novelo mágico.

Preso ao meu feito
de a montanha ter galgado
desprezei recomendações
e saciado meu ego
adormeci embriagado.

III

Uma lufada de vento
derreava os arbustos
e açoitava o cavalo
que assustado se soltou
e varreu o espaço
com o seu galope ágil.

Acordei sobressaltado
tendo à frente o paraíso
que só agora notava.

IV

Já extasiado da beleza
voltei à realidade
e tencionei retornar.
Foi então que me lembrei
de que trilhas não demarcara.

Mas afoito quanto ingênuo
(o instinto guiaria os meus passos)
vi-me perdido na planície
que abria as suas asas
numa imprevisível cilada.

V

Resgatado com vida
com as vicissitudes
aprendi nada
e teimoso cavaleiro
planejo novas jornadas.




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