Fala a severa, arrancada em mim, da ceifa florida abandonada, esquecido o véu, o vento, salivo-me de fogo, calo-me perante a alvorada.
Sento-me, silencioso, dentro de mim, calejadas mãos que me pariram na eternidade, mundo incerto que não me queres, diz-me, porque não me matas, nem a pedido?
Temo o conselho, fujo de mim e do que passa rápido, correm-me pelos dedos os teus fios de cabelo, amanso as aves de rapina, os céus abraçam-me, tocas-me na pele, pelos sulcos do tempo.
Sou velha, mansa, clara paz, sujeita nos trapos de uma vida pobre, sou doce, criança, amado e pedinte, dá-me um amor que não se esgote, que eu possa guardar em mim.