Memórias de um jovem idealista...
Data 14/12/2009 00:28:07 | Tópico: Poemas -> Introspecção
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... Que época irá descrever?
Fatos épicos, dramáticos ou bobos,
quiçá tristes ou pitorescos, correm em digitais,
páginas da vida a discorrer.
... Publicam revistas, fotos, momentos,
Em instantâneos, clarões,
imagens em movimento, filmes
do tempo que se foi em agostos.
... Partidas, chegadas, buscas,
Martírios, dores, frustrações, derrotas,
murmúrios, louvores, conquistas,
e rotas nas estradas da vida traças.
... Onde decerto repousa
Em lembranças, de um tempo, crianças
andanças, bonanças, danças,
e contos que o sono acalentava.
... E onde se esconde o sorriso maroto?
Jeito moleque, garoto,
a descobrir, curioso, deveras tímido,
o sexo, o prazer, o namoro, o gozo.
... Memórias revelam,
Histórias & estórias, algumas mal contadas,
Macunaíma, Iracema, vitórias régias,
que no espelho d’água desvelam.
... Preciosas recordações de travessuras,
Brincadeiras e das eternas indagações,
- do porque, para que e para onde -,
Humanas e vitais inquietações.
... Do infante guerreiro,
a ler Cervantes, sentir-se Dom Quixote,
selar um cavalo e desbravar o horizonte,
idealismo próprio da idade, feito arqueiro.
... Nos campos, lutas contra a dominação,
Precoce despertar para a compreensão, socialista visão,
De que as ditaduras e torturas alimentadas pelo imperialismo
Não combinam com o sentimento de liberdade do povo latino.
... Torto no mundo suou na caligrafia para seguir canhoto,
Fiel aos princípios obreiros - esquerda volver, direita jamais-
Leio Marx, Lênin, Dostoievski, Neruda, Graciliano Ramos
Drummond, Sartre, Luther King, Guevara, Jorge Amado.
... Das caminhadas noturnas, solitárias, luneta em punho,
Seguir as constelações no firmamento, fascinante infinito,
re-desenhar o mapa de vidas solidárias, objetos de luz,
Estrelas como seres humanos, profundo sentimento de paz.
Se a memória e a fé do povo desvelassem o véu,
certamente divisariam outro horizonte, desnudaria o céu
da Divindade, com amor, justiça, fraternidade, solidariedade,
de viver na diversidade sem desigualdade.
AjAraújo, o poeta humanista, escrito em Março de 2002.
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