Ocorre-me no pensar falésias tempestivas, orações no Inverno, nas águas alagadas, não desespero facilmente, algo se agita, comove-se-me a moleza dos dedos na pele.
Comungo da quebradiça, encantada chispa da fogueira, em que se encaracola o olhar sebento, vagabundo, vagueio nas ruas, lento, vagaroso, sem sentido nenhum, hoje os meus fantasmas colheram-me para a ceifa.
Murmúrios entre mãos que abraçam os temporais lá fora, chamados estridentes nos meus ouvidos surdos, manchas de tinta na pele molhada, sonhadora, rasgo a penumbra do vazio espaço dentro.
Roubei a paz do pensamento, interiorizei-me na chama, deito-me só, tenho-me por companhia quente e morna, as noites são herméticas e ocultam-se em mim, clamo pela friagem que ecoa nas cavernas ocas.