Os silêncios são raízes

Data 20/12/2009 11:30:17 | Tópico: Poemas

Se a rua da vontade
que te cala
é uma laranja amarga
contorna a rotunda
vira à esquerda
mergulha no rio
que te enleia a boca.

Vai, persegue-te
solto do novelo
que te tece na manta
da saudade.

Que os silêncios são raízes.

E eu cruzo os braços.

O cotovelo arde na espera
e beber o tempo é um asfalto
a mergulhar na ponte sem fim.

Mas a vida não crepita
na lenha molhada
nem a derrapagem
aquece a estrada.

No silêncio agarro-me à terra.

E quando a alma emudece
o corpo desce.


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