
SONHAR O POEMA
Data 21/12/2009 18:57:33 | Tópico: Poemas -> Esperança
| De quantas viagens se faz um poema? De quantos delírios Vertigens Sonhos Mistérios Coragem?
Cada poema é uma viagem pelo infinito Onde as portas não têm trancas As fronteiras não têm polícias Os horizontes são ilimitados As barreiras são apenas céu aberto.
Um degrau que se sobe na escada da vida Uma plataforma de mosaicos de luz Uma flor de amor e paixão.
Esse poema é o delírio A fonte de água límpida O ribeiro que desagua no rio A promessa de quantas coisas vivas Nos preenchem a alma O sorriso dos prados nos olhos Das águias!
Um caminho! Uma estrada! A vertigem do prazer!
Corram rios! Corram ventos! Ide por toda a parte que tudo é novo! Transportem um hino de amor aos olhos Dos que se perderam nas trevas! Ide! Lembrem aos que prometeram sonhar O perfume dos prados e das açucenas! Ide! Abri as arcas que o tempo perdeu Nos desertos estéreis À mercê de quantos não sabendo amar Não sonham! Ide!
Gritai! Arrombem as trancas que ainda nos distanciam do riso! Forcem as janelas que nos vedam a claridade! Façam das prisões uma opereta de harmonia e paz! Ide! Que todos os mistérios se desvendam Aos pés do amor! Ide! A firmeza da coragem Encontrará os que se perderam nas trevas Como uma estrela incendiada Ou um archote olímpico! Ide! Sê-de firmes! Falai a todos da magia de dar Do heroísmo do sangue derramado Dos heróis que souberem viver Por nós! Que todas as mentes despertem! Sê-de fiéis aos mistérios da carne! Amai! Só o amor nos dará a segurança precisa Nesta longa viagem pela vida! Sonhai! Apenas… Sonhai Porque enquanto sonharmos Estaremos vivos!
António Casado Revisto para o Luso Poemas 1 Março 1991
|
|