. setenta e quatro .

Data 22/12/2009 21:27:52 | Tópico: Textos


olá tempestade - gritou.

quando assim grita uma parte dela põe-se a morrer. a morte faz-lhe lembrar um rio a desaguar no mar, sem ter mais para onde ir, sem ter por onde fugir, a ver-se sal. hoje é sal nela, fora dela, ao redor do sítio onde se encontra. sal. então desata a gritar - olá tempestade - e sorri, sorri tão alto que os pássaros, por cima das nuvens aos pares, lhe sentem o bafo quente do silêncio. cansou-se, comoveu-se e cansou-se, ao ponto de já não lhe importar a tempestade. ainda que a chuva lhe incomode o andar, ainda assim.
a noite está de luto. [e não estará de luto todas as noites - interrogação]
olá tempestade - grita.



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