
Natal
Data 24/12/2009 22:12:47 | Tópico: Poemas
| Vim brincar com as palavras Degustar as alcaparras Ah!, quantas farras!
Quase sempre me farto de mim Mas raramente em quandos de celebração - Me gosto pobre podre - se à Festa! Que mal há no pé duro e forte que pinica a lama pálida e gélida numa dança como o faz o pica-pau ao tronco? Quanto da insolência que atribuímos a nossas crianças não é nossa estúpida e dócil conformidade?...
Pouco me incomoda a miséria Que mal há na posse desmesurada de homem sobre homem? Somos o Dê - A Modernidade o é, o Excuso, o Roto, o Dito-Cujo horrendo do anônimo... Este desespero Que quer culpar ao próprio Inteligentíssimo Inefável Irretocável Inexpugnável Coração da Vida De íntimas desavergonhadas autopiedades...
Pois bem: O Sol brota do horizonte O Natal nos abraça como o mundo faz à borboleta quando sai do casulo E se há um Tempo a ser vivido Se o homem é coisa que supõe-se que é E se cada ato de paixão pode ser consagrado em nome de algo indizível e indelével...
Por um instante Um lapso de inspiração Me fugia o eixo de mim E quase fugia do texto O poema afogado em si A história viciada em si A evolução - A Evolução.
Caríssimos, Se há telepatia a ser feita É esta nossa derradeira hora.
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