SEM TENDÊNCIA

Data 26/12/2009 11:12:52 | Tópico: Poemas

Ar e sombra se unem e fogem,

apartando-se como lei de órbita

que gira a rede da encosta,

reflexo de um qualquer estado

que pode ou não ser alma errante.


Caem as cores de sons,

discurso anacrónico de todos os tempos,

como arma infligida de areia,

no corpo cansado,

deslizando a voz obscura do deserto.


Entram nas cavernas os tons da terra,

emergindo as madeiras moldadas de falsos Invernos,

água coalhada de penas que foram essência,

hoje poema riscado de abutres

com palavras de lamentos.


Sem disfarces na escrita,

desarmam as gavetas e as lanternas

sem profundidade de escolha,

que se ironiza a cada tendência

no velho moinho, que roda a planície de todos os tempos.

Eduarda




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