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Data 26/12/2009 20:15:44 | Tópico: Sonetos

Frases banais, deixadas em campo aberto
Ferem como punhais, ferem mas não verte
Sangue, não, vertem lágrimas em riacho
Aberto na face cada vez mais inerte

Frases banais, sinónimo de desalento
Porque será que o silêncio não adverte
Que um coração em chaga é cata-vento
Que se espreguiça na esperança que liberte

O grito calado pelo silêncio imposto
Numa noite escura e fria de nenhures
Talvez a luz mortiça lhe tape o desgosto

De ser um ser, que passa algures
Entre o ter e o perder, o ser ou não ser
Com frases banais, não mais me procures.

Antónia Ruivo


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