DUALIDADE OU MERA REALIDADE.

Data 27/12/2009 12:25:42 | Tópico: Prosas Poéticas

Por acaso ou por um qualquer caso, desenho os pés na areia sem tropeçar a rocha de todas as solidões.Sem conformismo de razão, sento-me na cadeira de balouço que me deixaram no sótão, e caminho todos os mares, com portadas nos anos e recortes nos jornais, afixados no caderno que tenho no regaço.Tentaram o retrato do laço que tinha, mas esfumou-se no tempo das glórias e do pião, hoje postíbulo moribundo dos dedos que sangram o mítico de nada supor, como realidade inabalável de todo o sentir. Reli o vestido de organdim mais os sapatos que eram de cetim, mas não cabem na alma pois são mais altos que a mesma. Suporto esta ironia, e rio-a com o mesmo gosto com que degusto o morango silvestre que colhi ao amanhecer.Subi todas as escadas, voltei todas as esquinas e encontrei todos os becos, mas nenhum me elucidou o mais que sabia. Conserto todas as sílabas que me passam em redor, com a mesma prontidão que retiro da gramática a sintaxe de todas as equações. E sem pontos de exclamação, coloco a metafisica no bolso e vou para a rua dançar.

Eduarda


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