Minha Casa-Solidão!

Data 28/12/2009 21:44:18 | Tópico: Poemas

Olhos que me queimam sem arder...
Enfim, pude ver os olhos do amor.
Emitia fulvos e aromáticos incensos,
Alvacentos véus pela face de palor...

Duas brasas rosadas pela face aluada
Semelhantes a dois sóis diamantes...
Madeixas pelo relento orvalhadas,
Amarelas, semeadas de girassóis...

Tais olhos, tal cura do mesmo mal.
Regresso sem temer ser estátua de
Pedra, mármore carrara ou de sal...

Olhos longos que cobrem toda terra.
Galga o cimo das negras cordilheiras.
Toca todas as viventes térreas criaturas
Sem serem olhos mortais das medusas
Que tudo enrijece e furta as belas cores.

Serem olhos teus! Que fazem ser flores
Toda rígida e gélida pedra!

Invade-me!... Monta acampamento
Pelos sedentos corações alheios
Em meus momentos de devaneios
Ou mesmo de diversão. Já que
Tenho olhos de brasas rosadas
Que lançam chamas fogueadas,
Línguas de labaredas lançadas
Nas cortinas purpurinas da minha
Casa-solidão...



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