
Extrema unção
Data 29/12/2009 16:41:24 | Tópico: Poemas
| Tu aí sentado sem luz, lamento, o teu tempo acabou e com ele os míseros instantes, lamúrias e adivinhas dessa tua voz lavrada de tédios com a quilha em rugas.
Tu aí debotado no limbo, aprende as rédeas da viagem na cor dos teus olhos, a cada passo a vida esquiva-se e foge gretada de sonhos, fareja o tempo enquanto podes ... hoje é um sol, amanhã é meio-clarão e na última planície do teu destino tudo é negro e espesso, do ar ao chão, e tu, empalhado nas latitudes já és somente a última fome de um corpo curvado, numa alma murmurada.
Tu. Lamento, as tuas horas húmidas e gordurosas sem sede nem coração galgando vadios, serão cinzas e ilusões sem dono, caça de qualquer arco-íris, como tu, doidas e pobres!
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