. setenta e nove .

Data 29/12/2009 22:48:13 | Tópico: Textos



então: adeus.
(agora) adeus.

era como acordar num altar de luz. abria os olhos e sucumbia ao peso do amor. era como acordar ainda que dormindo. e era assim que permanecia, na rés das eras, à espera que um dilúvio lhe devolvesse o presente. queria ancorar o peito ao rosto, fazer dali um lugar perto, um seguro póstumo, algo semelhante a um abraço - quando pensava nisso era o corpo que lhe gritava: não tens braços! não tens braços, não...
mas calava-o como quem cala com os olhos o que não diz ou não ouve.



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