Vésperas de 2010

Data 30/12/2009 18:42:19 | Tópico: Poemas

Homem desmembrado, desalinhado,
Ferve-te o sangue poluído
Nessas veias gastas, suadas
Por teu destino agora proibido,
Esquartejado, envenenado.

Viraste a última página da vida,
A tricentésima sexagésima quinta
Deste ano nove do novo século
Trazido em passado de outros trinta
Sem futuro incerto ou alma perdida.

Deste-te cativo aos olhos da escumalha,
Peão de xadrez inacabado ou viciado,
Reles raiz de seca árvore bastarda
Que tomba ébria neste poema castrado
Ferido pelo frio nostálgico da canalha.

Homem berrante e vagabundo
Parido nas entranhas da terra
Que se come, canibalesca
Feita paz nos ovários da guerra
Nesse teu horizonte sem mundo.


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