
FALSIDADE
Data 31/12/2009 14:07:23 | Tópico: Poemas -> Amor
| Bateste à minha porta com dúvidas no rosto Convencido de que não te deixaria entrar… Apesar de me causares tanta dor e desgosto Não tive forças para me esquecer de te amar!
Abri a porta. Sabia que um dia virias Chorar no meu ombro a mágoa que deixaste Apoderar-se de mim e que me explicarias Chorando, porque partiste e me abandonaste.
Com o rosto poisado num chão de dor entraste. Só as lágrimas banhavam a tua face em flor… Meu amor, aconteceu tudo como quiseste, Foste tu que me disseste: Já não te tenho amor!
Falaste-me de ti e do teu arrependimento… Quanta ingenuidade ao acreditar em ti…! Por momentos esqueci o plangente sofrimento Que entre cigarros e uísque sozinho bebi.
Abracei-te, beijei-te… Até te amei Com a alma duma mulher carente, destroçada. Como poderia saber que aquilo que te dei Para ti não valia absolutamente nada!?
Hoje bebo a desilusão, livre e sozinho, Recordando os momentos bons que ambos passámos, Acreditando que um dia me deste carinho, Que apaixonados e loucos nos amámos…
Amor, não voltes mais, é tudo o que te peço… Na minha vida errante já basta de tanta dor! Tudo se esquece… Um dia ainda esqueço Que te amei… E encontrarei outro amor.
António Casado Revisto para o Luso Poemas 17 Julho 1990
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