O CÁLICE (DEDICATÓRIA E POEMA)

Data 31/12/2009 19:23:59 | Tópico: Poemas -> Reflexão

Este poema é dedicado a mal ou a bem
A todas as pessoas que directa ou indirectamente
(Basta para tanto que sejam pessoas)
Mesmo partindo do princípio que isto nem principio tem
Tão pouco é o resultado de uma procura
Pois toda a gente pelo normal facto de ser gente
Tem algo que ver com esta coisa
Que eu queria que fosse um poema
Mas não passa duma mera dedicatória
Tão vulgar como qualquer outra
E nem por isso mais comum que esta
Que por acaso não chega a ser dedicatória…
Pois bem, cá vai!

Meio silêncio…
Bebam o café com calma
Como quem o faz para matar o tempo!
(Que outra coisa poderiam fazer às sete e trinta da manhã?)
Bom… Talvez falar do totoloto ou do totobola…
Ou apenas meio silêncio…

Para além de tudo o bolo!
- Raios! O gajo não se cala!
Que se lixe ele mais a porcaria dos poemas!
O que eu quero mesmo é o bolo! –
Depois todos ficam comprometidos…

Quantos já pensaram nisso?
Todos!? Até os que são gente?!
O quê? O poema?
Não… O bolo!
Foi por isso que lhes dediquei este poema
Do qual já esqueci o assunto…
Ah! O cálice!

Será o cálice um poema?
Que raio de tema para um poema?
Deve ser… Senão não teria anotado…
É de certeza!
Já que o escrevi… Que o leia
Ou o deite fora.

O bolo! Ah, desculpem… O cálice!

António Casado
Revisto para o Luso Poemas
26 Julho 1993



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