No fim apenas sou eu

Data 01/01/2010 22:30:02 | Tópico: Poemas

Apanho os bocados caídos
dos segundos abraçados,
aqueles que guardo em mim,
para não os deixar ao frio, abandonados.

Aprendi a falar, aprendi a andar,
com a idade, veio a ser útil,
saber quando calar, quando sentar,
e deixar de ser um qualquer inútil.

Agora sou remexido cá dentro,
coração de corda,
que não quer parar, anda e barulhento
mais uma vez me acorda.

O mundo gira e deixa-me te encontrar,
quase forçando, entrega-te o meu
corpo e lábios, ao teu abraçar,
e no fim apenas sou eu.


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=113191