Não culpes as margens

Data 07/01/2010 18:12:49 | Tópico: Poemas -> Reflexão

Não culpes as margens, rio
Do teu correr enraivecido
E das lutas por ti travadas.
As margens e o leito
São braços que te amparam
Nas difíceis caminhadas.

Acalma!
Calmo és espelho
Onde as tuas margens
Se miram
Se penteiam
Te beijam.

Atenta rio!
As tuas margens
Que com posse tomas
Como tuas
Desgatadas e humilhadas
Um dia, largar-te-ão
E as tuas fúrias
Apenas lamaçais sujos
Serão.


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