Lacrymae Mundi – As Lágrimas do Mundo

Data 13/01/2010 08:14:55 | Tópico: Poemas




Lacrymae Mundi – As Lágrimas do Mundo

(Ano 2006, Caneta de prata e cristais sobre tela acrílica preta, 120x50 cm, Colecção Particular)

O mundo fugiu-me e não encontrei descanso na sombra obscura dos ciprestes que rondavam minha morada.
A Luz do luar nos meus olhos inundou meu rosto com golpes de flamejantes relâmpagos.
Parti os espelhos da minha alma em mil pedaços,
não sabia como construir,
só castelos de branca areia edifiquei bem dentro do meu Ser.
São lágrimas negras, aquelas que carrego no regaço.
São lágrimas de sabor a sal e dor, aquelas que ainda habitam minhas entranhas.
Despi-me do mundo.
Elouqueci mil vezes.
E lancei-me das falésias do pensamento,
para as marés em fúria lá abaixo no desfiladeiro…
Passei pelo crivo das mãos ásperas que ao nascer ditaram meu futuro.
E descobri que a dor do meu âmago faz parte.
E nunca mais,
jamais em todo o ciclo de mortes e nascimentos,
lancerei mão ás rosas, de espinhos vestidas,
para olhar em frente,
a desgraça,
de algo em mim,
á nascença me ter morrido.



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