Soneto da saudade

Data 15/01/2010 21:18:39 | Tópico: Poemas

A saudade é lonjura sem afagos
É caudal numa lágrima pendente
Nascente crescendo que morre em lagos
De um olhar pelo outro olhar ausente

Saudade é um ermo aberto em nós
Que alastra e devora, impetuosa
É um vento pelas ruínas, uma voz
Que ruge e ensurdece, dolorosa

Saudade é um rumor, um azedume
De fel, de infortúnio e queixume
Um árido deserto, uma espera

Mas, ó doce ventura a fluir
É a doce lembrança a sorrir
Misteriosa taça de outra era

Nita Ferreira


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