No findar da tarde

Data 09/07/2007 15:55:21 | Tópico: Poemas

- No findar da tarde,
quando o sol se assenta
e as aves descansam
nos beirais mais baixos,
desprevenidas.
- No assomar da escuridão,
quando a brisa fulgia
me traz teu cheiro,
e as memórias
que a ausência disfarça
na visão de um ocaso
imaginado.
- Na garganta seca
nas palavras encravadas
onde estalam sons inauditos
rumores de beijos
nunca dados,
e o meu corpo retesado
imóvel
jazendo,
prova da tua falta,
causa do teu crime
carrasco deste coração.
- No findar da tarde
quando a cidade se despe
e ficam à janela
em camisolas de alça
os olhos de quem observa.
- No findar da tarde
antes que a noite me esqueça.

- É que me torno
o uivo de um cão abandonado
de um sonho
que se prendeu nas estrelas
cadentes
breves
é que me torno poeta de ti.





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