
Germinal: o pulmão de pedra (tributo a Emile Zola)
Data 17/01/2010 17:35:08 | Tópico: Poemas -> Sociais
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 Prólogo: Os últimos sopros - história de um trabalhador vítima da silicose (pulmão de pedra)
Inspirou profundamente! Sorvendo a brisa daquele eterno momento e foi expirando lentamente, livrando-se dos males e do tormento.
Seu vívido semblante ante o olhar de espanto de seus queridos entes, pois, este poderia ser seu derradeiro canto, um sopro para germinar sementes nas lágrimas de pranto derramadas por um homem honrado, santo.
Histórias de vida e pó: desde os escravos nas minhas greco-romanas.
Trabalhando, noite e dia, sofrendo no fino pó que os encobriam não tinham tempo, época ou história martelavam como antes outros povos o fizeram sonhavam em trazer da labuta, pão e vitória mas, da rocha, pulmões de pedra herdavam nas incansáveis e exaustivas jornadas sem alforria na nascente e no poente, dormiam e acordavam em um ciclo que se repetia em uma luta inglória contra os abusos da exploração, tosse, dispnéia, adoeciam abrindo fendas na mãe terra, precocemente descem a serra, e viram as páginas de sua própria estória...
Até quando continuarão morrendo os mineiros?
AjAraújo, o médico e poeta humanista, em homenagem aos trabalhadores de minas, pedreiras e artefatos de pedras e, particularmente a Emile Zola pela sensibilidade de sua obra: Germinal, interpretada no cinema por Gerard Depardieu. Poema escrito em março de 2000.
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