[a cabeça repousa onde é o mar]

Data 18/01/2010 12:26:17 | Tópico: Poemas

a cabeça repousa onde é o mar
lambendo a quilha. o som
percorre a pele,
unhas no dorso da voz
como animais em fúria. são gárgulas
que se desprendem. nascem pelo breu
do silêncio,
de catedrais que em pedra guardam gestos
dos que ergueram memória
para além das palavras.
e resta o mar, o voo das gárgulas
e a cabeça que repousa
onde os signos despertam, se desvelam
e o espanto, sempre o espanto, é a semente
para o acordar de um novo olhar



Xavier Zarco


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=115710