Prenúncio do fim

Data 19/01/2010 18:33:16 | Tópico: Textos

Ponho a máscara, para que me esconda o rosto.
Deixo que as palavras morram no meu peito.
Os jardins à minha volta não florescem por falta dos raios de sol e de chuva, que os alimente.
Nada faz sentido, nada tem cabimento quando as palavras se repetem em frases vãs, em textos que se perdem em loucuras da mente, que à falta de não ter o que quer, limita-se a jogar com os sentidos, com a alma, como se, se tratasse de uma bola nas mãos de uma criança.

Encolho-me... enrolo-me sobre mim própria, tal qual um envelope que se fecha por dentro, bloqueio a alma, a luz é apagada e as palavras deixam de ter brilho.
São palavras defuntas, metáforas desmaiadas num prenúncio do fim.
Já não estamos aqui para nos abraçar.
Por mais braços que imagine, não encontro nas palavras, nada que me permita tocar-te, simplesmente, porque já não te encontras aí!

Ardente, o Sol desponta no horizonte, queima-me a pele, seca-me cada letra, curte cada palavra e num único e derradeiro suspiro, anuncia que a noite chegou ao fim... e um novo dia começou!


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