Momentos

Data 23/01/2010 16:17:44 | Tópico: Prosas Poéticas

Foi sentada naquela rocha
Que vislumbrei o horizonte…
Onde os braços caíram no suporte dos joelhos…ensanguentados e os braços alicerçavam a cabeça…
As lágrimas rolavam no rosto e o lavavam, ao som do mar revolto num dia de invernia, as ondas tinham a dimensão colossal sem véu nem devoção.
Na serra chovia, afluía e as árvores dançavam nos cânticos acústicos de muitas flores sem cores…
As folhas saracoteavam com o vento soprado de norte…em gritos de liberdade desconformes à razão da sorte que as olvidavam…
Sim foi por ali sentada que o céu disse, bom dia…mas, eu não ouvira!
Enrolada em torno dos membros continuei…continuei…
As águas agitavam, naufragas saudades, ali tão perto e longe dos ruídos.
O silêncio trouxe aos pés daquela pedra um rosto sereno, muito sereno…com luz no olhar e um brilho pintado com muito cuidado, os lábios muito bem esculpidos envoltos de um branco transparente…
Acomodou-se ali
Deveras perto, como a brisa bocejada pelo mar…nas mãos róseas tinha um lenço branco na cor das nuvens num dia de verão.
O ruído do silêncio era tamanho que nem os seus passos escutara.
Há mas estava ali! Sim residia, com os dedos encostados nos fios torcidos do meu cabelo e com uma ardência intensa, onde todos os poros o conjecturavam nos bafos gélidos desse dia…
Num impulso incontido o meu olhar ergueu-se, lentamente…
Estava sozinha…
A única companhia era uma gaivota que sorria ao voar assim tão perto…
As pernas num movimento rápido ergueram-se numa forma muito segura…
Já não se escutava o silêncio mas sim uma melodia orquestrada por harpas num caminho que sem lágrimas se reabria…



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