Há tanto tempo que não namoro uma folha em branco.

Data 21/01/2010 09:22:41 | Tópico: Textos

Todos os dias penso nela, percebo-lhe a beleza escondida, o quanto crescemos quando nos envolvemos um no outro, quando nada nos perturba e o coração acelera de forma assustadora.
Quase nos perdemos em êxtase quando te percebo corada e te ofereço um ponto final que te deixa completa.
Pelo meio há memórias e sentimentos que repousam pelos teus cantos, palavras que são fotografias tirada da caixa de cartão, saudades antigas, ou apenas a partilha de algo que apanho do ar, que surge de te olhar e amar.
Nem sempre lidamos bem, são gritos e riscos, percebem-se as cicatrizes, há momentos de silêncio e até de abandono, quase te deixo com vontade de não voltar, transformo-te e transformamo-nos, perco a lisura, saímos amarrotados das noites tão longas onde nos deixamos esquecer.
Acabamos sempre por nos amar, deixo que durmas e toco-te outra vez, apareces vestida e sorridente, umas vezes és chita ou ganga, mas sabes vir de cetim ou de seda.
Peço sempre que voltes, deixa que dance contigo, que te ame em cada pequeno espaço, que sejas maré alta ou baixa, que à tua volta te sintas rainha e sejas a minha cara, eu todo, minha alma.
E quando deste amor nasce um poema, um texto, uma frase, ficamos, como amantes, ouvindo a presença de nos termos, completos.
Hoje vamos namorar.




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=116159