Filho pródigo

Data 21/01/2010 22:02:04 | Tópico: Poemas


Morrer...
Descansar na paz da terra chão,
de caminho dar um adeus ao povoado sereno
e sorrir,
sorrir de tanto amor em erupção,
a jorrar, a escorrer,
a deixar o olhar cheio, pleno,
dum passado tão presente de porvir!

Morrer...
Voltar a ser teu,
inteiramente teu,
plenamente teu...
definitivamente teu!

E ser o malmequer da beira da estrada,
a papoila do campo vasto,
o azevem que o gado sacia,
a seiva que a natureza renova,
no pico inclemente do estio
e no rigor gélido e caudaloso
do inverno!

Morrer...
Não é a negra tanatos que me seduz;
é o momento definitivo da entrega
que me transforma
no filho pródigo
que a mãe recebe no regaço
levantando o pendão da festa
e o banquete da alegria!

Espera por mim, terra-chão!
Ainda não te perdi na distância,
nem me sufocou a tristeza;
a saudade aprisiona
mas o dia chegará por fim![center]
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