MINHA MÃE... (Declinações do verbo Gostar)
Mãe... ainda se lembra que gosto tanto de si?... Eu sei... pode até ter esquecido, no eco do seu gemido, no doer do seu lamento por não me ter no seu colo quando mais de mim precisa... Mãe... pode até ter esquecido, porque lhe falta a visão, porque o toque da sua mão já é trémulo e tacteante e o seu siso já errante... Mas, mãe... Sei que esquecer-me, não sabe! Há um laço que a une ao dia do meu nascer, ao júbilo do meu sorrir, ao momento do meu dizer, à manhã do meu andar, ao tempo do meu brincar, ao enlevo do meu crescer, ao enleio do meu despertar, ao medo do meu sofrer! Mãe! Por minha falta, talvez às vezes se esqueça que a amo como nunca!... Mas, minha mãe, sem que lho peça, sinto que nunca se esquece de amar-me como sempre! (amo-a eu como merece?...)
Minha mãe... Este é um poema que há muito tinha prometido à série "Declinações do verbo gostar". (os links de todas estão em http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=116346). Um poema que tinha que ser especial, como especial é o amor de mãe... Escrevi-o com alma e lágrimas, finalmente, e de uma expiração só...
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