De direito

Data 23/01/2010 20:00:47 | Tópico: Poemas -> Reflexão

Doura, sol
esses campos de trigo e cristal
que se descortinam dançantes
pelas colinas que flutuo.
Ilumina o céu e põe a doçura
nos favos de mel que colho
e ponho a derreter na boca.
Tira do doce o fel que se faz por medo.
Quero pura a minha vida,
um cântico sereno
ao som de flautas e pianos,
sem grandes sonetos
mas com belos momentos de poesia.
Porém, cuida ao fazê-lo.
Não quero uma vida vazia
cuja trajetória se delineia sem dor ou ódio...
Quero-a com percalços e angústias,
idas e vindas (como ondas na praia),
sabores e dissabores, amores e desilusões.
Quero-a com dias de tempestades
e tardes brilhantes de luz.
Doura, sol,
todos os campos e caminhos da minha existência,
amadurece todo o trigo que eu plantar
e me permite colher cada grão
de sabor doce ou amargo.
Dá-me sem dó nem piedade
o quinhão que me é de direito nesta história...


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