MANIFESTO PANTEISTA!

Data 23/01/2010 21:36:12 | Tópico: Poemas

Semeei todos os alquimistas com flores na boca e mar nos olhares. Quedou-se a impaciência num confronto directo e partiu-se na estrada. Fecundei todos os gestos e moldei as mãos em laços de giestas donde nasceram pedras douradas de palavras. Os magos circularam em redor, num pranto quase absoluto de lhes levarem a verdade que guardavam num frasco sem estrelas. Desci o monte e recolhi as folhas magras que tinham caído das árvores e num manifesto panteísta guardei-as no meu bolso, aguardando a nova era de plantio. Subi o rio sem caudal e abri a nascente de todos os impossíveis. Sorriu a água que me enlaçou a cintura num murmúrio imprestável nos outros, mas tão logicamente real em mim. Descurei todas as formas analíticas que não cabiam no ressalvo da minha equação e mergulhei o Infinito como obra sem pregos. E sem inconformismos de matéria vulcânica, soltei os braços e abracei a vontade.

Eduarda


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