Por um mundo melhor
Data 24/01/2010 01:26:49 | Tópico: Textos -> Outros
| Caros irmãos! É pelo peso do tempo que aqui vos falo! Cai como vara torta nas vossas costas, injustamente, meus irmãos! Falo-vos hoje, aqui, neste magnífico pavilhão, porque é desde sempre que o faço. Desde sempre que nos protege, a luz de cima, aquela que brilha mais alto, feita holograma!
Desde quando sentem injustiça? Desde quando sentem que alguém pior que vocês tem mais do que merece? Não tenham medo de dizer! Precisamos de agir, aqui e agora! Vêem a toda a hora o atropelo que a sociedade vos faz. Sentem-se mal, sem voz. Eu sou a vossa voz! Vieram hoje, a este magnífico pavilhão, para ver a luz! Para começar uma nova vida. Vejam o sorriso das crianças. Porquê? Porque é que esse fantástico sorriso desaparece, nas turvas águas da adolescência? Por causa da qualidade.
De todo o lado, atiram-vos com novidades, falsas afirmações de princípios, falta de qualidade embrulhada em luxo visual. Revoltem-se! Estou aqui hoje para vos ajudar na vossa revolta. Hoje vão mudar de vida! As vossas crianças crescerão felizes, com o vosso sorriso, que é o deles, na cara do mundo.
Aproxima-te, velho demente. Vou apresentar-te a salvação dos tempos, a ira do bem sobre o domínio do mal. Experimenta, sente o sorriso a crescer, de baixo para cima! Viram o sorriso? É o sorriso da conquista, do fim dos vossos problemas! E sabem que mais? Os problemas são feitos por alguém mau no governo. O dinheiro desaparece todos os dias, sabem porquê? Porque ele nunca existiu. Nunca teve valor. A verdadeira moeda universal é a felicidade, o sorriso. Por isso, proponho-me, mesmo que para isso sacrifique a minha vida, a ficar com o vosso dinheiro, triste e desolado. Em troca, vou dar-vos a eternidade, o amor, as molas. Tudo neste maravilhoso colchão ortopédico, que pode ser adquirido pela módica quantia de três mil novecentos e noventa e nove euros e noventa e nove cêntimos.
Não sou charlatão! Ouçam a voz do povo, que corre por aí. Os ladrões do governo levam tudo sem dar nada. Eu dou colchões. Dou tudo o que posso e o que não posso, porque nasci para sofrer e dar felicidade aos que nesta terra vagueiam sem rumo….
Não encontrarão a paz nos impostos. E sem sono, nada se consegue.
Para quem ainda não acredita em mim, ouçam o que agora vos digo. Há muito tempo, um vagabundo chegou às terras da Síria, pedindo comida e abrigo aos homens de bom coração. No entanto, ninguém lhe abria a porta. Os guardas das cidades batiam-lhe violentamente, expulsando-o para a terra de ninguém. No deserto, sedento e faminto, encontrou um beduíno, que lhe deu água cristalina. Incrédulo, o vagabundo perguntou: “Porque me alimentas e me ajudas, se não me conheces?”. E o beduíno respondeu: “Porque em breve cairás no sono, e então, poderás sonhar com mais que isto. Se todos sonharmos assim, seremos ouvidos”. É por isso, meus irmãos, que hoje vos mostro o caminho: quero sonhar um mundo melhor com vocês.
As minhas queridas assistentes vão distribuir os contratos. Não se aceitam cartões de crédito ou cheques.
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