"roads"

Data 24/01/2010 13:07:40 | Tópico: Prosas Poéticas



O dia amanhece em posição fetal. Há fios de luz âmbar que timidamente entreabrem a escuridão. Sinto o escorrer lento do sangue ao peito aberto em ferida. Suspiro pelo calor dum abraço e logo recebo o abraço destas frias paredes caiadas de branco. Esta dor, a única companhia na solidão do meu quarto. É o grito silencioso ao sofrimento daqueles que amo que me trespassa. Há uma voz que me sussurra. Precisas ser forte, ser porto que abarca a dor dos outros no afago dum sorriso. E eu tento ser forte, como tento ser forte. Mas já sinto as lágrimas ao branco dos olhos, prestes a chover em catadupa. Ainda se a dor se esvaísse junto com elas. Mas não! Apenas sinto invadir-me a fragilidade, e desfaço-me em pedaços. Chega a hora de me levantar, recompor-me e sorrir. Há sempre quem espere o fio de luz que verte dum abrir de mãos.


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