Oração

Data 27/01/2010 09:33:21 | Tópico: Sonetos

Não há conformismo em saber-me finito,
Quando à noite, insone, essa flecha ataca.
Quem sabe fazer essa tormenta fraca?
Quem pode amainar esse peso maldito?

Deram-me um rosário e por vezes rezo.
Frágil, entrego-me às mãos do Bendito:
_ Acalma, Senhor, esse meu peito aflito.
Envolva-me em paz, essa a que tanto prezo.

De fato se dá um benfazejo alívio,
Com’uma canção a serenar-me a alma
Que, ora mais leve, gira num remanso.

Num halo dourado, claro, indizível,
Meu corpo levita numa serena calma,
E enfim, já inerte, em sonho, descanso.


Frederico Salvo



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