Para onde vou.

Data 11/07/2007 05:44:30 | Tópico: Poemas -> Introspecção

Injustiças e maus tratos,
Foi o que eu recebi.
Condenaram os meus actos,
E por isso me perdi.

Os odores do mal emanam,
Da maldade que eu sentira.
Com a verdade me enganam,
Até a verdade é mentira.

Reina grande confusão,
Numa mente confundida.
Que vive numa ilusão,
De uma ideia distorcida.

Só estou bem, onde não estou.
E para todo o lado onde vou,
Já não sei quem é que sou.
Não sei o que se passou.

Eu não sei para onde vou.
Nem sequer qual é a hora.
Nem sei bem, quem é que sou.
Nem quando me vou embora.

Não sei se vá, ou se fique.
Não sei se fique, ou se vá.
Se vou, não fico aqui.
Se fico aqui, não vou lá.

Isto para mim é um problema.
Que me dá dores cerebrais.
Comprendes o meu dilema?
Ou para ti é demais?

É um estado de aflição,
Que me deixa deprimido.
Que me aperta o coração,
E me trás bem oprimido.

Até me dá dores no peito.
No coração fico com pus.
E faz-me perder o jeito,
De carregar a minha cruz.

Eu não sei para onde vou.
Nem sei como, ou quando.
Só sei que ainda lá não estou.
Mas cansado já eu ando.

Eu já vi quase de tudo.
O que havia para ver.
Por isso é que eu não mudo,
Vivo assim, até morrer.

Já foi muito o cinismo,
A que tive de assistir.
Já não existe o civismo,
Que devia de existir.

Tudo me faz confusão,
Tenho a ideia confundida.
Mas não vivo na ilusão,
De uma mente distorcida.

Confundido e baralhado,
Por ver tanto egoismo.
Por me sentir maltratado,
E rodeado de cinismo.

Eu não sei para onde vou,
Nem sequer sei se quero ir.
Mas sei que aqui onde estou,
Não me apetece rir.

Da merda, vi quase tudo.
De bom, é que não vi nada.
Mas contudo, eu não mudo.
Nem que me dêem porrada.

Eu não sei para onde vou,
Nem quando será a hora.
Mas sei que aqui onde estou,
Um dia eu vou-me embora.

Para algum lado eu hei-de ir.
Há-de chegar a minha hora.
Talvez depois eu possa rir,
Do que não me rio agora.


zeninumi 11/7/2007














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