SONETO ÍNTIMO OU SEGUNDO AUTO-RETRATO

Data 28/01/2010 12:50:02 | Tópico: Poemas

a mim mesmo, júlio saraiva, homem do mundo - e aos meus mortos - therezinha e jaime,meus pais, com saudade -, mas acima de tudo pela liberdade que me deram de tentar ser gente - consagro


sou o silêncio de um navio cansado
poço fundo de tantos pesadelos
mas sonho sonhos bons mesmo sem tê-los
: sou conde num castelo abandonado

mas assim vou vivendo no "ora-veja"
debaixo das cinzas de quarta-feira
e sabendo que a vida é brincadeira
dou-me a qualquer mulher -se me deseja

se penso frevo canto marcha-rancho
e rio-me de mim - sinto-me ancho
sabendo enfim que a merda desta vida

não me fez quixote fez-me sancho
e mesmo olhando a dor desta ferida
valeu-me minha vida - foi vivida

______________

júlio, 28-01-10, num bar
da condessa de são joaquim,
meio bêbado às oito e meia da
manhã.

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