| |  
 
 CANTAR DE PERDIÇÃOData 28/01/2010 16:58:41 | Tópico: Sonetos
 
 |  | Por mor d'amar-vos tanto, rojei-me ao sofrer, Um rôr de chagas e pranto é o meu viver,
 Senhôr, de meus olhos correm fel e sal em águas,
 Ai fôreis vós curandeiro das minhas mágoas!
 
 Senhôr, de mim mesma rasgo sedas de minh'alma,
 Em dôr me dou à desgraça, almejando bálsamo
 De pôr os meus olhos tristes nos vossos tão doces,
 E amôr ler nos olhos vossos - quem dera assim fosse!
 
 Em flôr vos serei donzela e o que quiserdes,
 D'olôr de rosas e mel me ungirei, esposo,
 Meu côrpo teu campo de lírios, ai eu não escuso.
 
 Se fôr de vós a tenção de não me quererdes,
 Ai, dôr, de mim tende dó, que môrro de amôres...
 Senhôr, à minha mortalha vinde e trazei flores!
 (perdoem-me se o arcaísmo cheirar a môfo... ou a plástico! )
   
 
 | 
 |