
ESTE ESTAR SOZINHO
Data 31/01/2010 21:35:37 | Tópico: Poemas -> Tristeza
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Não há um espanto um sorriso sequer que no rosto se mostre de duvidas e de incertezas vãs são os meus dias por minha angustia.
Dias que passam sem um único ruído deixam-me a sós comigo e no esvoaçar das andorinhas há uma tristeza que bem vejo.
É vê-las a voar rodopiando a janela há espera de me ver assim com elas brincar, mas se há felicidade eu nunca a vi, sempre um menino triste.
Lá fora já nada existe de concreto apenas reconheço a escuridão deste quarto, que me consome, hora a hora sem que venha de lá um golpe de asa.
Inerte me conheço ser frágil aos demais que lutou pelos outros nas páginas manuscritas de um livro de poesias que me abandonou sem qualquer glória.
E enquanto olho o tecto do quarto escuro fantasmas vestem-se de inverdades e ilusões, que me pressupõe ser incoerente que abandonado se vê para este mundo.
Aonde antes havia riso agora se denota o choro mais sofrido, de quem sofre em silêncio todas as atrocidades de mil povos desgarrados e sem voz que lhes valha.
Absorto em mim a depressão tomou-me em mãos, recusando-se a largá-las com medo das desilusões que espreitam em cada esquina de roupas parcas e sujas.
Porque o que me dói, dói por dentro não por fora, como se se tivesse esgotado toda a palavra inovadora e agora me visse na contingência de um silêncio tão mais profundo
que o grito se fez surdo no focinho da palavra… e assim abandonado a incerteza são os meus dias a passar sem que se note que algures ainda à vida aqui para ser resgatada.
Jorge Humberto 31/01/10
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