
A chaga (AjAraujo)
Data 02/02/2010 10:51:46 | Tópico: Poemas -> Desilusão
|  Sinto dor, muita dor! Uma chaga abre-se em meu coração.
Palpita, agita-me, em bradicardia ou seria taquicardia?
Abrigo esta dor, dor surda! E meu sangue que banha esta chaga miocárdica, aos poucos vai me consumindo.
Toda dor tem seu mistério, O segredo da minha dor é simples, não é física, será química? é fermento da paixão, já não sei.
Ah, esta minha chaga irrompeu nas mãos, no simples adeus. O seu vetor espalhou
uma incontável legião de parasitas pelo ar, em uma região concreta ou abstrata do viver... Meu sangue latino, rubro - como meu rubor facial - mudou súbito de cor, em verde se transformou.
Senti a vida aflorar nos pequeninos grãos de areia da praia
ora brilhantes, cristalinos ora opacos na sombra oscilam entre o branco e o negro
Já não consigo discernir o canto dos pássaros. Tudo é uma orquestra divina,
Maravilhosa combinação de sons, cores, amores. A fase aguda durou pouco
Como todos os bens e males, A gente só consegue avalia Depois que por eles passa.
Se bem que para o mal do amor, O melhor remédio para essa dor é o bem que faz outro amor.
AjAraújo, o poeta humanista, escrito em novembro de 1975.
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