PRATO DE IMPROVISO

Data 02/02/2010 19:30:06 | Tópico: Poemas

Coloquei o ensaio no tubo e dissolvi parte do tempero que me deixou a porta aberta. Continha os ingredientes para sonhar. Esperei o tempo de acalmia e reparei o traço escuro no fim da redoma. Não tinha o essencial como composto químico e azedou na fervura. Retomei novo ensaio agora com os produtos adequados e mais amor na mistura. Enquanto fermentava, puxei a o casaco e fechei a gaiola do circo. Dobrei os pés e estiquei os dedos na moral da vida que tentava resistir à tentação da fuga. Calcei as meias do avesso que tinha tranças azuis e bordados de alecrim. A pele se tornou luminosa. O ensaio terminou e bebi o conteúdo do estojo. Era macio e doce a bebida! Levantei o olho direito da aranha e encostei-me ao coma da esmeralda. Bebi a ode num trago. Tornei-me fotógrafa de momento e apaixonei-me pelo prato do improviso.

Eduarda


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