Abre de par em par

Data 03/02/2010 17:29:59 | Tópico: Poemas

Deixa que eu entre no teu silêncio,
para que no teu cerne,
desvende mistérios e descanse.
Amanheça eu aí,
encostada a uma gota de orvalho,
cristalina, reluzente,
com reflexos lilases e alaranjados
dum amanhecer de Agosto e,
lá ficarei o dia todo, a vida toda.
Abre-me o ferrolho da porta do templo,
esse, onde as gestações são eternas,
as palavras nascem espontaneamente,
as curas se fazem sem milagres e,
de onde brotam mananciais
capazes de regar estepes,
restolhos, desertos.
Abre-me os portões desse jardim de estrelas,
onde constelações são bailarinas
e a Via Láctea uma orquestra.
Abre de par em par
as portas do paraíso que tu és
à minha alma vagabunda.


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