Seara de Maio

Data 04/02/2010 22:05:12 | Tópico: Poemas


Céu recortado no horizonte
Pela planície folheada a ouro,
Trigo de seara que não colhi
Nesse olhar meu eterno tesouro,

Lá até onde alcança a vista
Perdida nos azuis das marés
De um céu sem nuvens,
Sem um chão para poisar os pés.

Vislumbro fragmentos de mim,
Ventos no rosto que me sabem a ti
Seara de Maio, semeada assim
Como um rio que em mim flui.

Não correm rios no teu chão,
Nas marés de ouro debruado
Da mais pura filigrana, recortada
De um beijo em ti repousado.

Anoitece na tua seara,
Entardeço nessa espera desmedida
De um dia, queiram o céu e as estrelas
Em que te afundas como que despida,

Fazer-te galáxia de mil sóis
Em brilhos orgásticos de sol poente,
Na tarde em que te anoiteço
Fazer-te madrugada de sol nascente




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