Breve o sorriso e a pétala cai.. Sopro de aragem que leva a saudade... Raio de luz penetrando o silêncio... Fundo na alma derrama-se o sonho!
Mãos sobre o colo à espera de Deus... Flor na campina aspergindo aroma... Pássaro azul inventando destinos... E o olhar quedo procurando o verso!
Arrancado a ferros o corpo segrega gritos tormentosos na espera final e as papoilas rubras viram madrugada quando o dia nasce e acorda a paisagem.
Tudo se completa na curva da tarde e aos ninhos vazios retornam as almas para chamar a lua em preces de medo crentes pecadores sem aura nem credo.
Quando o sono entra escancarando a porta as luzes das casas já não têm cor e os pirilampos chegam de mansinho rebanho de luz sem cão nem pastor.
Uma e outra e outra estrelas cadentes caiem na vertigem dum sonho maldito quais anjos sem asas que o abismo toma a exorcizar fantasmas ou a criar herois.
Teimando, teimando faz-se curta a estrada e tão longo o tempo que a memória trai e de olhos fechados já só vemos negro o arco-íris brilhante suspenso no azul.
Rendo-me à fraqueza de ser sonho apenas de inventar a dor quando a dor não é de rir sem razão quando o riso é mágoa de manter a esperança quando perco a fé.
Rendo-me... Mas fico de pé!
PC
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